domingo, 15 de abril de 2012

"My love for surf is very strong, so the ocean is where i belong to go surf" (Surf by Ka'au Crater Bys)

Alohaaa

Ontem dei uma sumidinha, mas já to de volta =P

Okay, falei que o próximo post iria ser sobre a minha vida no hostel, mas queria falar primeiro do surfe =D claro! É porque hoje fiquei tão empolgada com a evolução de algumas manobras que fiz que preciso mesmo desabafar hehehe

Bom tem que começar do começo certo? (dãããã)

"Quem te ensinou a nadar, quem te ensinou a nadar...foi, foi marinheiro, foram os peixinhos do mar..."

Minha família (só o meu avô que não é esse o do macacão hehehe)
Minha família sempre foi adepta aos esportes.Há um tempo atrás, encontrei uma foto do meu ditian (avô em japonês) preto e branco, com aqueles macacões listrados muito engraçados na beira do rio Tietê. Desde então entendi que fazia parte da minha família gostar de água.

Meu pai sempre praticou muitos esportes também, todo parrudinho até hoje com 65 anos, foi o que o fez ser o homem que aguenta muitos trancos ainda. Dentre os esportes que sei que ele já praticou, futebol, judô, pesca e natação!! Ele sempre incentivou muito todos os filhos a praticar esporte. Minha irmã atravessou uma represa nadando com 7 anos e sempre participou de campeonatos quando mais nova. Meu irmão é todo waterman hahaha natação, surfe, canoa havaiana, mergulho. Já eu tentei de tudo um pouco hahaha, natação, ginástica olímpica, judô, kung fu, handebol, futebol e o principal né, surfe.

Quando eu tinha uns 10 anos, meu pai apareceu com um monte de bodyboard em casa, porque um dos clientes dele era fabricante de bb. Ele sempre levou-nos à praia e, quando ganhamos (eu e meus irmãos) o bb, começamos então a surfar. Sempre papai dizia, fica em pé na prancha, e eu tentava (conheço muitas pessoas com essa história hahaha). Aos 13 anos, meu pai deu para o meu irmão (15 anos) uma pranchinha e eu achei muito legal, mas tinha muito medo de surfar pq meu irmão sempre voltava machucado. Ah, minha irmã meio que já tava desencanada e não quis surfar hehehe. Voltando, então meu pai conseguiu uma pranchinha 6'0" só que "softboard" (mesmo material do bodyboard). Caraca aquela coisa não tinha estabilidade alguma, mas com muito esforço aprendi a ficar em pé. Papai também se empenhava e me empurrava nas ondas. Sempre íamos para Peruibe, Praia Grande e Juquehy, litoral de São Paulo. A galera achava engraçado que quando peguei gosto pelo esporte, sempre entrava sozinha no mar e ficava lá, muitas horas tentando, esquecendo até de comer.

Evoluindo aos poucos...

Aos 16 anos, eu já tinha perdido o medo de pranchas de fibra de vidro então pedi uma pro meu pai e ele me deu um "tocossauro". Caraca, fiquei felizona com aquela 6'0", porque como aprendi na softboard a ficar em pé, aquele toco era fácil. Então comecei a pegar os retosides da vida. 

2003 com Lalau, Marcinho e Limão - só pegava "retoside" com um "tocossauro"
Nessa época então, meu irmão fez amizades com os meninos do bairro e todos íamos para a praia juntos. E eu e meu irmão éramos (acho q somos ainda) meio loucos. Pegávamos Camburi com 1m, na doideira. Eu passava a "rebenta" mergulhando, pq não sabia dar joelhinho (golfinho, duckdiving, o que achar melhor).

Maria parafina

Pois é, sempre me atraiu os surfistas, não apenas por serem surfistas, mas praticamente 50% do papo que rola quando a gente tá juntos é claro que é sobre surfe. 

Minha Betha 6'0" swallow =D
Depois que comecei a namorar um surfista, muita coisa mudou em minha evolução. Ele me ensinou muita coisa, crescemos juntos como pessoa também, enfim. Ele é fissurado em surfe e tinha várias pranchas e era bem cuidadoso com elas, mesmo assim me emprestou uma. E lá fomos nós a surfar, no começo nem tinha john (roupa de borracha) e passava muito frio, mas tava lá dentro do mar. Com o tempo, ele foi me ensinando tudo, dos joelhinhos até o posicionamento certo de acelerar na onda. Íamos para picos inimagiáveis em Peruíbe onde quebram ondas clássicas. A maior parte da teoria sobre o surfe, também foi ele quem me ensinou. Muitas coisas chatas aconteceram com a gente, mas é passado e o que sinto é um grande carinho e sentimento de gratidão.

Um pouco depois, meu pai me deu uma prancha. A Betha (da minha ídala Bethany Hamilton). Muitos mares surfei com ela e muito evoluí também.

Trips

Víamos que toda a galera foi evoluindo junta e, cada vez mais, a gente conhecia mais pessoas pra fazer as trips. As frequências nas viagens foram aumentando e as praias surfadas também. De Guarujá até Maresias, passamos por todos os tipos de onda. O único problema é que sempre tive dificuldade de evoluir, porque nem sempre viajava e nem sempre tinha onda quando viajávamos.

Pra quem não sabe, eu morava na capital de São Paulo. Lá, eu tinha que descer a serra pra ir pra praia, dependendo da praia, cerca de 150 km. Além disso, tinha o dinheiro do combustível mais pedágio, que cá pra nós, hoje em dia está um absurdo de carro, mas pelo menos é mais seguro pra viajar.

Trip mais crowdeada que fui de amigos pra Prainha Branca - SP
Íamos numa barca mto grande surfar, às vezes em 3 carros lotados só de surfistas. O legal é que surfar com homem instiga, pq se o mar tava muito grande eles diziam: aí Su, vai pipocar? e eu respondia com medo: é claro que não...hahahha daí ferrava, pq aqueles que não queriam ia pensavam: f**, a Su vai, agora tenho que ir. Era muito engraçado.

Ondas como Brava de Boiçucanga e Maresias me fizeram perder um pouco de medo e aprender a dropar rápido. Grandes escolas. 

A vibe sempre foi indescritível com a galera mais pilhada do surfe. Acordar as 3 da matina pra pegar Marecas clássico, sair às 1 pra chegar em Juquehy passar o fim de semana, fazer altos luais ou mesmo rolês à noite com a galera. O surfe nos une de um jeito diferente. A galera querendo dormir cedo e acordar cedo pra pegar o melhor horário. Vida saudável.

Rio de Janeiro

Vim uma, duas e, na terceira vez decidi. Preciso morar aqui no RJ. Era o lifestyle mais desejado por mim e pelos meus amigos surfistas. Atravessar a rua descalço com a prancha no braço e cair no mar lisinho, ufff, sem palavras.

E aqui estou. Tentando dar ao máximo de mim pra evoluir ainda mais. O engraçado no surfe é que é uma coisa sem fim. Cada fase é uma fase e eu realmente não sei se existe a última fase. É só ver a evolução de Kelly Slater, o cara inova até hoje, inacreditável, é muita criatividade.

Assim que chegue aqui, estranhei um pouco as ondas. A bancada é bem diferente da bancada de SP em algumas praias. Ondas fortes na 8W, cavadas e rápidas da Reserva, Recreio e Grumari e pesadas da Prainha. 4 praias de ondas de diferentes tipos, sem contar as diferente bancadas. Na reserva vc pode escolher o fundo de areia ou de pedra. Na Macumba, uma onda gorda do Rico Point ou uma rápida do Secreto. Enfim, não tem como não evoluir. Mas ainda sim, eu sabia que algo estava faltando. Hoje, estou no meu ápice, feliz da vida por aprender a completar 1 batida e sabe porque? Meu surfe era viciado, eu pegava onda e pronto, não fazia mais nada, não sabia na real como fazer, não curtia ficar assistindo filme de surfe pra não ficar instigada e depois me frustrar com o mar. Hoje, tenho amigos que surfam muito, ex-profissionais, atletas que estão crescendo, instrutores e os apaixonados pelo free surf. Todos eles me dando toques que estão fazendo uma grande diferença.

Foto mais recente, em Grumari, por Sergio Flores
 No mundo você não cresce sozinho, senão não haveriam tantas pessoas nele. Nesse nosso mundo do surfe, a prática da solidariedade comanda e todo mundo se ajuda. Todo mundo se diverte junto, evolui junto e criam um mundo de respeito. Isso sim é o mundo do surfe.

Eu dou um passo de cada vez. Não me importo com os que acham que eu to aqui pagando de surfista ou coisa parecida. Cada manobra que consigo fazer é o meu dia mais feliz e eu nunca estive tão feliz na minha vida. Tem dias que surfo bem e tem dias que não, mas eu não ligo. Fico 3 horas no mar remando e interagindo com o lugar que considero meu templo. Entro em mares sozinha, que até são consideráveis grandes pro meu nível de surfe, mas respeito muito e quando sei que to no perrengue, saio. Me sinto à vontade dentro d'água, intimidade criada com a natação. Procuro não me apavorar quando tomo vaca, utilizo técnicas de respiração que aprendi no yoga e no pilates (o pouco que pratiquei). Sempre tento estar em paz comigo mesma, sou feliz com tudo o que tenho e procuro nunca reclamar, sempre agradecer.

Agradeço também pela sua atenção =D

Ótima semana e uma boa noite

Alohaaaa

4 comentários:

  1. Ahhh! a foto da super trip, todos reunidos, mas sem onda praticamente...hahahahaha
    Sua evolução é notável Suuuu! Bjo

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    1. Migaaa vc faz uma parte muito importante da minha históriaaa, vc me põe pra cima em tudo, muito muito obrigadaaa bjuu

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    2. SUPER STOKE SU KATO....PARABENS SUPER SU ,,,CHEER'S

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  2. Muito bacana ver sua trajetória de amor e dedicação ao surfe. Fiquei emocionado, pois a sua história me faz lembrar um pouco a minha. Não tenho dúvidas de que você está no caminho certo. Relaxe e aproveite! Boas ondass...

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